Iodo radioativo no tratamento do câncer de tiróide
Aproximadamente 45 a 50 % da população mundial apresenta nódulos na glândula tireóide, e essa taxa elevada de prevalência demonstra ascensão nos últimos anos, principalmente devido a melhora das condições diagnósticas, como a ultra-sonografia.
Um dos fatores preocupantes com relação à doença é o fato de que raramente o paciente portador de câncer tireoidiano apresentar sintomas clínicos. Em geral, o único sinal é o aparecimento de caroço no pescoço.
Embora lento no seu desenvolvimento, trata-se de um tumor com bom prognóstico de cura, principalmente quando descoberto precocemente e estabelece-se a conduta correta.
Iodo radioativo e o câncer
Uma das características mais interessantes da maioria dos cânceres de tireóide é a manutenção das funções metabólicas de suas células comparadas com as células normais, o que torna-se fundamental no seu manejo. Isso ocorre porque a célula tireoidiana apresenta grande afinidade por iodo, que é um composto fundamental para a produção dos hormônios tireoidianos.
A medicina nuclear apresenta um composto muito semelhante ao iodo que as células necessitam para seu metabolismo, no entanto esse composto é “marcado” com radiação que as destroem.
Esse tratamento é uma arma específica contra essas células, mesmo que elas se encontrem em áreas longe da região cervical de onde se originaram, em metástases. O iodo radioativo funciona como um míssel, que procura as células tumorais sem atacar as demais células do organismo com uma especificidade de quase 100 %.
Bom prognóstico
Esse fato torna o câncer de tireóide um dos cânceres de melhor prognóstico quando comparado aos cânceres de outras partes do corpo.
Após o diagnóstico e o tratamento cirúrgico do câncer de tireóide, o paciente deve ser acompanhado de forma regular com exames físicos e rastreamentos de corpo inteiro anuais com a medicina nuclear afim de detectar o mais precocemente recidivas da doença no pescoço ou em outras partes do corpo.
As pessoas que apresentaram câncer de tireóide, se forem acompanhadas por endocrinologista experiente e realizarem os exames de medicina nuclear regularmente, apresentam grande expectativa de vida.
A função desses exames periódicos é de detectar o mais precocemente possível metástases em outras partes do corpo, estabelecendo-se assim o tratamento adequado com dosagens maiores de iodo radioativo afim de “queimar” essas células.